terça-feira, 13 de março de 2012

Para começar 2012....


Grupo de alunos e alunas jovens e Universitários...
...uma boa ideia!


A falta de tempo para conviver em grupo, o trabalho que deixa o jovem cansado e ocupado, a escola que ensina a ser individualista, a televisão que diz para não se importar com a vida do outro, são desafios para a nucleação e organização de grupos de alunos e alunas jovens e Universitários.
Como responder positivamente a esta realidade? Como “ir contra a maré”, dizendo não à forma de viver que é imposta aos jovens pelo mundo dos adultos e suas instituições (a escola, a família, a televisão...)?
É preciso resgatar o jeito jovem de ser: alegre, que enfrenta riscos, utópicos, esperançosos... Características que o mundo está roubando dos jovens, através da imposição de um jeito de ser triste, descrente, fechado, individualista e consumista.
Como ser expressão desse novo jeito de ser? Como cultivar o carinho, o diálogo sincero, a amizade que ajude a amadurecer e ser feliz? Quem sabe faz a hora...
Os grupos de alunos jovens Universitários estão aí... Em 2012 são muitos no DEF,  na  UFPR, no Brasil... Muito maior ainda é o número de jovens que não estão participando de nenhuma organização ou movimento, dentro ou fora da vida Universitária.
Há jovens que se gastam no trabalho e sonham o sonho impossível, que os meios de comunicação e a propaganda colocam em suas cabeças para que acreditem - e se iludam - que o mundo pode ser feito de“charme, mordomias e luxo”.
Outros, gozam os privilégios de quem tem dinheiro, saúde, acesso à educação e tempo, desligados do alto preço que custam à sociedade, aos trabalhadores.
Há também aqueles que sabem que, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Buscam a realização de um sonho possível ou impossível, de uma sociedade justa que se faz à medida que arregaçam as mangas e se põem a lutar.
Aí, talvez, reside o maior valor de um grupo de alunos jovens Universitários. São jovens que não se conformam com as coisas do jeito que estão.“Desconfiam” que algo está errado e que é preciso juntar-se a outros jovens para mudar.
Em todo bairro, escola, trabalho, comunidade, se encontram jovens universitários desejosos de fazer algo. São jovens que acreditam na amizade e na solidariedade e, por isso, estão dispostos a partilhar seu trabalho, suas forças.
São estes jovens alunos que a Universidade procura descobrir, ajudando-os a se relacionarem de modo que, progressivamente, vão tendo consciência da necessidade de serem jovens revolucionários.
  
O valor do grupo

Os grupos de base para essa REVOLUÇÃO são grupos que se reúnem freqüentemente em salas de aula para a reflexão.
Se comprometem com a ação. Devem ser grupos de alunos com VIDA, onde todos têm voz e vez. Cada grupo de jovens alunos , cada turma,  tem (e deve ter) sua própria maneira de ser. Não existe um modelo pronto, para ser copiado. O desenvolvimento das aulas , por exemplo, possui características diversas em cada grupo, o que vai delineando a sua fisionomia.
Existem, porém, alguns elementos importantes para que ocorra crescimento no grupo em sala de aula. São elementos indispensáveis a todos os grupos que se querem revolucionários, e que dão valor a este modelo de organização:
- Um grupo de jovens alunos é um grupo de amigos, unidos pelo mesmo ideal.
- A amizade, o conhecimento interpessoal, a acolhida e a compreensão do outro só podem crescer em pequenos grupos.
- A consciência e a participação só nascem onde cada um é importante, pode falar, escutar e dar a sua opinião.
- As novas lideranças, capazes de intervir na sociedade, podem nascer e crescer em salas de aulas organizadas, onde cada decisão e atividade é pensada e decidida com a opinião de todos.
- A formação integral do jovem tem, no grupo de jovens, um espaço privilegiado.
- No grupo, na comunidade, o jovem toma consciência de que  mais do que apenas “ir à Universidade” é preciso descobrir que a partir desse momento temos um compromisso social para com as pessoas que estão, mesmo sem nunca terem tido acesso aos bancos escolares, financiando nossos estudos na UFPR.
- A ação planejada, no grupo de base REVOLUCIONÁRIA, facilita a participação de todos.
É bonito ver o jovem que faz uma caminhada com o grupo, no relacionamento com o outro e consigo mesmo, na consciência crítica e na ação prática. Neste último aspecto, no entanto, acredito que precisamos ser mais criativos e ousados. Faltam aos grupos de jovens, ações concretas. É preciso dar um passo a mais. Descobrir “bandeiras de luta” que sejam atraentes e mobilizem os jovens, nas diferentes realidades em que vivem. Mãos à obra, com criatividade e coragem.

Simone Rechia